sexta-feira, dezembro 29, 2006

...pequenas doses...

É entre as pulsações que acontece o amor
não tem forma nem tempo nessa realidade
qualquer tentativa de domesticá-lo só poderá causar uma ferida profunda
e se acaso deixarmos ele ir embora
talvez ele se vá...

quinta-feira, dezembro 28, 2006

...pequenas doses...


Ixé a-só...
me faz falta ...

...pequenas doses...

eu sei que a única forma de chegar
a nós mesmos é libertando a porção que necessita do outro...
eu sei também que se eu sentir essas ausências
estarei abreviando brutalmente a vida
...
eu sei...
claro que sei
claro como o saber deve ser
que devo permanecer silente
eu vejo porém,
que o EU que sabe tanto ainda não sabe como sentir
e a porção me escapa por entre os dias...

...pequenas doses...


E quando estou prestes a desmoronar
Relembro de um tempo em que perdi o chão
E pude flutuar diante de outra presença humana
Suspensos nos arqueamos no sonho
De luas cheias que passam e
Decrescem à medida que envelhecemos

...pequenas doses...

A conexão com tudo o que nos rodeio é feita
pela liberdade que a solidão traz
Honrar a persona do outro
é a manifestação plena do amor
sem indagações que projetam sombras
...
O sexo é a semente
o amor a fina flor
a compaixão o bálsamo
...

quarta-feira, dezembro 27, 2006

...Eu...


Às vezes pode durar muito tempo

Aguarde
Às vezes
Afastando percebo teias no realce do entre mãos
Às vezes poderia de outro modo
Às vezes
Solidão me detona
O campo não tem pegadas
Às vezes
Blue moon toca desesperando
Às vezes acordes maiores são aterrorizantes
Basta descrever mínimos-cotidianos
Redescubro o único
Às vezes
Um bom filme me corrompe
Não juntarei os cacos
Não serei um quase
Às vezes
O suor do medo esquenta o ouvir quer calar enquanto o jantar esfria
Às vezes tateando as nuances do branco
Sombras do daqui em precipitações de nuvens
Às vezes
Apenas cinza
Apenas em repouso
Às vezes já disse tudo o que convinha
Mas guardo os ossos
Às vezes agridoce me confunde
Às vezes
As pontas causam amor
Às vezes
Agregar é só para gregos
O lenhador sai na floresta e só volta o machado
Às vezes
Levo-me de mãos dadas ao cinema
Preciso de uma fileira só para nós
Às vezes somos invisíveis
Odeio cheiro de pipoca com saliva
Sou ágil escapo pelas frestas
Mas estão fechando todas as saídas
Alguns estão morrendo
Morrendo em pleno dia
Às vezes espero a hora certa a hora certa nunca chega e esperando continuo indecisa
Às vezes quero o que não posso
Às vezes
Eu falei assim pra Mãe:
Eu até sinto falta do fuscão-Preto!
Mas ele foi atropelado ontem Filha...
Mas eu o vi andando pelos galhos até o topo daquele eucalipto ali Mãe.
Deve ser por que ele tem sete vidas filha.
Eu também Mãe?
Não.
Só isso?
Sim.
E as explicações superiores?
Não sei...Não nos pertencem.
E um dia nem disse adeus, foi-se.
Às vezes eu tenho certeza de que ela esta com o Fuscão-Preto...
Às vezes esses “Adeus” não são revisitados
Às vezes
Vagalumes apagam a escuridão
Mariposas são ótimas donas-de-casa
Borboletas saem da fala da boca
Cavalgam cigarras ao som de clouds in my tears
Centauro enfrenta congestionamento de kilômetros
Elfos são tão metidos quanto fadas
Magas ainda são de Pedra-sabão
Às vezes mostro meu pardieiro escancarando ao sol
Meus ardilosos vácuos são lunares
Queria ser luzidia
Quero esse nome na próxima eu
Às vezes Elvis me faz chorar
Frank me faz rir
Astor me faz cometer
Billie me faz mergulhar Come or rain or shine
Às vezes apenas às vezes
Vezes vendo

vezes amando

vezes
Revisitando o que é sempre

...pequenas doses...

Eu fingi o órgão
Estirei a garganta
Fiz o teste do pezinho
Criei calos para impressionar
Juro
Tentei uma profissão
Mudar de cidade
Levantei a crina
Fiz um rabo de cavalo
Não adotei os mandamentos
Fui homem-mulher de uma vez só
Tentei a morte
Vesti as sete cores
Tombei de bêbada
Disse mentiras sempre que pude não dizer nada
Afastei os insetos com uma lambida e servi o jantar:
Tudo bem fresquinho

...pequenas doses...


Caminha entre incertezas
mas tem nos pés
raízes de outros tempos

...pequenas doses...

Querido náufrago...
daqui da terra firme só vejo a imensidão das construções...
Não sei como posso te orientar
Se eu estivesse numa situação como a sua
talvez estivesse alegre por ver o que vejo
porém como nunca saberei o que se passa ao seu redor
Sonho em acordar á deriva nesse mar de realidade

...pequenas doses...


...quem busca precisa ter coragem de encontrar...

...pequenas doses...dedicada ao amor do agora e sempre...


E se falhar todas as tuas tentativas

e se por acaso voltando tarde da noite para casa você...

descobrir que não existe lugar nenhum

e que para cada procura feita até agora não foi possível

aceitar as respostas...

E sendo assim

e mesmo assim

a espera sempre superou a descoberta

escuta-me:

"a solidão nos teus olhos

é apenas o reflexo de uma janela fechada"

voa meu amor

e encanta com tua liberdade

quem sempre esteve

o tempo

todo

dentro

o eu

...pequenas doses...


Agora eu vejo
é assim que deve ser
Esse é o nosso melhor
amor...

terça-feira, dezembro 26, 2006

...pequenas doses...


O plano é o seguinte:
Você diz qualquer coisa
Eu retribuo fazendo disso uma grande coisa
E nós dois teremos uma coisa só!

...pequenas doses...

Chama-me e desperto agora
á luz maior deste meio dia...

...pequenas doses...


Pensando bem...
temos uma eslasticidade espetacular
Não é a toa que tudo vem e vai

...pequenas doses...


Muito coisa transita dentro de mim

acho mesmo que terei que vez ou outra

interditar esse tráfego...

Ou apenas abandonar a estrada principal!

segunda-feira, dezembro 25, 2006

...pequenas doses...


Ter os braços sempre abertos é a integração inevitável do que se perdeu tentando se achar e agora se viu em tantos...

...pequenas doses...


Eu é uma picareta cheia de intenções
Uma coisa que tem contornos conhecidos
Um saco orgânico recheado de carne e outros aperitivos ...
sou essa forma indefinida
sou isso que se refaz, rediz, desmistifica,
pena,adoece,come,chora,sussurra,
treme,
gagueja,rasteja,sorri,
entristece,exuga,mistura, erra,resmunga,torce,retruca,cozinha,
mente,
intenta,retira, inventa,ilude,organiza,
muda de idéia,
de amor,de roupa,limpa,lava,
cala a boca,silencia,machuca,
cai,
dorme...dorme...
espanta,dança,agradece,duvida,entendia,
acorda,
procura,vê,recorda,
não acredita,
vê,
acolhe,deslumbra, ama, volta,volta de longe,
respira,
vai fundo,doa,recebe,transparece,
umidifica,relembra,sabe,
ouve,senti,reage,
abre os olhos,
o coração
e todas as entradas de ar recebem um instante de sol,
porque hoje é o dia amor...
Meu amor é o dia.
entrego

...pequenas doses...


O melhor de tudo...
é que sempre amanhece

sexta-feira, dezembro 22, 2006

...pequenas doses...

Quer que eu esteja lá

Mas também é preciso que eu me afaste

ficando não longe

Eu seria uma escultura perfeita...

...pequenas doses...

O que que agente faz enquanto não espera nada?
...
O silêncio é a própria resposta?
Todos os sábios resistiram a si mesmos?
E a construção disso tudo?
Oi...
O que eu faço?

quinta-feira, dezembro 21, 2006

...pequenas doses...


O meu lirismo é fundo de quintal
tem calos e rasteja por entre mil anos
poço sem água
um praguejar pela manhã
rasgar livros
queimar conhecimentos
apedrejar as manifestações que
"sabem tudo"
não querer ver gente
ser gente
ter gente
resumindo:
Estou bem...
mau.

...pequenas doses...

Eu quis dizer a verdade

mas na verdade eu desisti...

A verdade vem com o tempo bom.

...pequenas doses...

Vamos nos organizar:
Suas sombras
minhas sombras
então...
o que eu estou querendo dizer...
é que a parte mais lúcida de mim quer se afastar porque sabe que tudo isso...
é apenas mais uma troca de identidades?

...pequenas doses...


Respira fundo
é agora
podes
ser

...pequenas doses...


Para salvar um amor que está se transformando em outro tipo de amar...
Não é necessário encerrar-se numa tenda, comprar esses animais domésticos, ter esses que chamamos de filhos, dividir contas, frequentar os mesmos lugares,estrangular com ouro seu dedo anelar, insistir em dormir abraçados para se esquentar do frio,argumentar até altas horas sobre assuntos que sempre são discutidos nas horas altas da noite e que só causam sono profundo, escutar promessas de mudança, relevar as noites em claro, as noites em escuro, a falta de desejo, fazer concessões,desviar os olhos dos olhares alheios sempre prontos a dar o melhor conselho... porque temos que zelar por essa união de tantos tantos anos e tudo e tudo e tudo e tanto que se diz ..."concordar com as dificuldades do outro", receber os amigos, os familiares, receber críticas e tudo isso ao mesmo tempo...
colaborar com a morte por sufocamento é um crime irrecuperável.
Poucos retornam aptos ao amor depois de se confrontarem com esses tristes fins.

...pequenas doses...


Ouve o chamado
Porque nunca teu nome será dito com tanto amor.

...pequenas doses...


me resta...
EU
resta
e isso tem que bastar.

...pequenas doses...


Assim:
Preciso recobrar o juízo
De repente o tribunal está vazio
E eu não estou esperando nenhuma sentença
Então se está tudo bem...
eu vou embora.
E quando eu vou embora
não me afasto mais de mim.

...pequenas doses...


Se eu pudesse saber pelo menos um pouco do que é.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

...pequenas doses...

É só bater o olho que a alma pula no colo

...pequenas doses...

...el camino lo hacemos al andar mi amor

terça-feira, dezembro 12, 2006

...Em homenagem aos companheiros do ISH...aqueles que tiveram a coragem de repartir o pão!


Corpo heterodoxo
Somos parte daqueles que abrem o espírito para outras influências, a parte imaterial do ser humano por opor corpo nasce pronta, transcende a matéria, pertencemos à ordem excelsa.Abatemos exaustos, angélicos e malignos da mata espessa, a parte incorpórea clarividente do ente em adágio, axioma possante, recebem claridade dentro do poço.

Pequenos feixes bastam.

Abrimos a boca faminta como peixes num aquário.
Perguntei porque a calma...

Mas era doce demais para responder com malícia, entoou uma palavra qualquer em riste e disse afastando-se meras e soltas emboscadas.

O atalho eu perguntei, porque essa distância toda?

Mas era aéreo demais para satisfações melindradas, nos deparamos em qualquer feitio e sentimos gratidão porque não nos subtraímos...disse e continuou...
“Tem coragem sem obrigação nesse caminho”, tinha uma rota eu disse aflita, sempre tem uma rota, a direção, eu fui logo reduzindo as possibilidades, o endereço, não tenho razões de te esperar, mas claro como um estímulo, me desiludiu em visões incompreensíveis. O extremado asceta continua e agora sem modéstia dança num círculo de fogo, tento entender como esse outro que não sou eu se manifesta...que alucinação...Empírico, como um receptáculo feroz com dez braços, mas nenhum me fere,

Porque não me golpear?

Seria mais fácil morrer durante essas batalhas...

Sanguinário de invejosas harmonias, não te quero em olho de furacão, sai daqui, eu te digo que é preciso afastar-se dos desatentos, ou não...

Venha aqueduto, com aspecto de canal, atravessando minha estrutura de órgãos, canalizando ar livre, ou subterrâneo, conduzindo para um e outro, não me importo.

O ganha-pão quase sempre me assusta, entrego as mãos em escultura, é de carne e reside na indigente via bem-educada da estupidez do teu não afago, vez ou outra tomba ou é tombada quer de desígnio ou corrupio.

Mãos de veredas incansáveis, de saga e vozes em singular uníssono, eu resumo eu te digo:

Entoa-me...

Eu sou inquilina localizada entre o dedo que aponta e outro que se curva.

Quantas mãos já tocastes?

...pequenas doses...


...a dificuldade não é acordar...
é pegar gosto pela luz do sol!

Dois corpos em conflito
O que pensa
O que age
Tem um terceiro que teima em distorcer o que o primeiro diz e um quarto que não se conforma em se sentir tão isolado dos outros e ainda tem um quinto que quer largar tudo e morar no Paquistão... se o sexto viesse à tona certamente faria a estrutura morrer rapidamente e sem falar no sétimo que quer tudo o que um corpo pode suportar em ter, claro que o oitavo é um ser superior e o nono eu ainda não conheço...

domingo, dezembro 10, 2006

...pequenas doses...


Até então estava fácil
ser inconstante...

...pequenas doses...

Parece que vai começar sempre a chover...
A medida do tempo se dá
em leves pancadas
e profundas marés

...pequenas doses...

Fui o mais longe que pude...
Como romper essas amarras?

...pequenas doses...

Se você souber o caminho de volta
Tenha cuidado ao entrar
Nem sempre quem está vivo é que aparece

...pequenas doses...

E quando eu me dei conta...
Não tinha nada a oferecer

sábado, dezembro 09, 2006

...pequenas doses...

desiludir-se é livrar-se de ilusões...

...pequenas doses...


Da próxima vez

pare

olhe

e atravesse

...pequenas doses...

Título:

Se hoje tivesse sido um dia de sol...

ou

Porque precisa ser assim?

Não adianta me impedir de doer

Vou doer quando bem entender

Não me importar com o rumo das coisas...

Não se preocupe comigo

Mando notícias

Telegrafo

Telefono

Passo um fax

Um sinal de fumaça

Que se danem todas as normas e leis a cerca de uma paixão...

...pequenas doses...

Tudo o que buscamos às vezes é muita coisa

...pequenas doses...


Talvez "nunca mais"

não seja tanto tempo...

quinta-feira, dezembro 07, 2006

...pequenas doses...

A história de um romance em meio ao caos de escolhas que não foram muito bem sucedidas...
No primeiro e último capítulo de hoje a sensação se repete...
Afinal de contas é possível amar e ser livre?

...pequenas doses...


Só posso garantir incertezas...

quarta-feira, dezembro 06, 2006

...pequenas doses...

Quanto amor cabe em um coração?

...pequenas doses...

tudo não passa daqui
Se passar me avise
Será sinal de que não estou muito bem...

...pequenas doses...


Se tudo pelo menos fosse sem amor
talvez assim...
não não
Nem mesmo assim...
Não acho uma saída!
Alguém sabe como se pode deixar de ser aquilo que nunca se foi?