terça-feira, fevereiro 19, 2008


Claridade ou
encontrar extraindo


O que eu te digo equivale
A circulação
Mapa do dentro
Ao destino
Rio Celeste braço-de-mar
A curvatura e a torção
Tamanho invisível
Corpo curso intenso da pessoa
Dimensão inconstante
O que te digo adentra, une e ramifica
Desenrola a imagem no fio da palavra
Ingresso de jornadas
Fonte da existência
Desvenda tudo o que desperta,
recorda e faz soar
Ao impulso eu te digo
Amor
E te lanço anos de claridade
A ligação se faz aqui
De veios silenciosos
Estranhamento e similaridade
Tua expressão avança
No dorso de um animal
No suspiro da Mãe
Na temperança do Pai
Na descoberta do filho
No esperar paciente do ancião
Raios, legiões armados de flores
despencam das tuas encostas
Mutável segue teu instinto
Por vezes rasga e sobressai o titã
Aquele que não tem nome
A quem se faz preces de apaziguamento
o curumim- bicho- homem atlante
paira diante do solar de linhas eternas
Equilibrismos na linha tecida por tantos
Segredo dos antigos das estrelas
Amante corpo de minha alma
Anima Animus animales
alastra tua passagem
Nas mãos
Dança do sempre
Ao dócil olhar do ferino
Destreza de um saber
A origem
Dois olhos separados choram
Um em cada tempo
Ato de inundar
Sem medidas o louco guia o abismo
E se derrama em terra o que alenta o colo
E arde poros derretendo geleiras
raiar de auroras
Fogo reascendendo minha espécie
Forma a real efígie do querer
Cicatriza meus olhos amor
Para que eu possa ver
O que eu te digo
atravessa minhas camadas
Um eu
De um tu
Que pode um dia olvidar...
E abafando pode perder prumo,
penetração, graça
O que eu te digo é diminuto
e pode ser dito aqui
A parte incorpórea
Ofereço-te
Coluna do espiritual
Vem
Ao transito lento
Amor
Sem distrações
Nem desvios
E se um dia reencontrares essas notas
dispostas num varal
ao vento
Toca de leve nesse tecido
Um leve ruflar de asas
O que eu te digo agora é uma serenata
Ouve: