sexta-feira, outubro 17, 2008

Eu sempre esperei
Esperei até tarde ele
Um outro
Às vezes fazia sol
Outros nem tanto
Ele outros
Eus tantos
Às vezes partia de mim o fim
Esperei dizer sim
Esperei dizer não
Esperei procurar
Esperei até cheia demais de falar
Esperei experimentar vários ao mesmo tempo
Quem sabe assim todos juntos?
Esperei dar certo
Quando a casa começou a ser montada
Esperei me aconchegar num ninho bem quentinho
Quem sabe agora assim bem juntinho
Esperei e avancei faminta numa cama americana
As molas meu Deus nunca esqueço das molas
Esperei acordar ser acordada
Café todas as manhãs
leite miolo francês
flores pão da manhã
na manteiga azul fresquinho
Eu mergulhando naquele olhar
Estalando meu quadril por baixo da redonda mesa
Enquanto eu nem sabia pra onde eu desviava
Esperei teu consentimento pra ir embora
Esperei até que tudo estragasse de tanto doer
Esperei ter a segurança
Esperei teu ajoelhar em público
Estrangular meu dedo com anel de puro ouro
Tipo brega pedindo minha mão
Esperei por coisas que nem era eu que esperava
Esperei como a Mãe da Mãe da Mãe da Mãe da minha Mãe
Esperei num choro de criança enquanto teu carro arrancava
Deitei numa sala decorando o lugar da porta aberta
Esperei
Pelo homem
Esperei quando o homem chegou
Esperei e já reclamando ameaçando revirando e acusando
Disse coisas que não se dizem
Como posso pedir pra respirar?
Como posso pedir tempo?
Quem se sufoca por livre e espontânea vontade?
Esperei
Pelo homem
Tipo Pai
Tipo aqueles que tem barba meio rala num rosto mapeado de vinco
Que se afastam quando ouvem eu te amo
Esperei por qualquer um
Esperei que o outro me amasse como eu queria que ele me amasse
Esperei que houvesse um tempo certo de ser feliz
Esperei que as coisas fossem diferentes
Esperei em cada amante o grande amor
Esperei quando tudo ia acabando
Esperei enquanto os nomes mudavam
Voulei, Volnei, volmar, foram os 3 primeiros, irmãos até,
Regis o metaleiro, Edir o historiador, Adelar o fuzileiro, tem o lizandro signo de touro, Paulo o ardento,
Felipe o dos olhos azuis de doer, Italo o jornalista que achou a minha virgindade, já que eu perdi com ele, André que gostava de pintar os lábios com a minha boca, Luciano que fazia de tudo,Tem o Josencler Luiz que morava na castro Alves, bem do meu ladinho na José de Alencar, tem o maestro, tem o deputado, tem a katiucia,tem aquele menino lindo tipo índio norte americano,
tem o espanhol, ai ....tem o peruano, tem o chileno, tem o francês, tem o índigo, tem o xamâ, tem o chinês,tem o lituano,tem o distraído, tem o africano, tem o dinamarquês, tem o argentino, tem o da Bahia, tem o do ceará, tem o do juquitinhonha, tem o de Porto Alegre, tem o halterofilista, tem o pára-quedista,
tem o da academia, tem o do cinema, tem os casados -comprometidos, tem o do aikido, tem o do táxi, tem o do metrô, tem o do coreto da praçaTamandaré,tem aqueles dois ao mesmo tempo, tem o baterista,tem o do trânsito, tem o platônico, tem o romântico, tem o de esquerda, tem o de cima do prédio,
tem o do ônibus , tem aquele que esqueci o nome... Um atrás do outro
Um atrás do outro
Um outro atrás um atrás outro
Outro um atrás
Um do outro atrás
Um outro do outro do outro do outro outro outro outro outro
um atrás do outro um atrás

Um