sexta-feira, agosto 04, 2006

...Eu...



Eu

Ainda há uma saída e está dentro
Quem mais além?

Eu

E agora que sei das coisas?
Como ser dentro delas?
Eu
Volto de uma longa viagem
Eu
me dói de vez em quando
E me aperta o outro
Eu
se contrai débil em um canto escuro com uma música apropriada
Eu
preciso de muito trabalho para ficar triste
Não posso usar cores claras
Não devo levantar os olhos
Preciso de uma postura de sofrimento
Cabeça pesada
A coluna arqueada
Um franzir forte de testa
E também de alguém disposto a aconselhar-me
Para continuar a morrer eu preciso de cúmplice
Sei que não é o certo
Mas eu quer isso agora
Eu quer ficar triste
Parece que eu sabe das fórmulas que dissipam a dor... o medo
Mas eu ainda está distante de usá-las
ou não.
Não sei se eu saber assim é uma coisa boa
Mas fico satisfeita de eu intentar a vida
Eu
me cobri ontem a noite mansa de sonhos
E a dor era risível
E o amor era a criação
E o outro era apenas
Eu
e
Eu
um qualquer outro.