terça-feira, janeiro 30, 2007

...pequenas doses...

Acabado de fechar

...pequenas doses...

Quando eu penso que já sei quem você é...
vem um outro você e me arrebata

...pequenas doses...

não se pode esperar
que aquilo que terá fim
um dia recomece

segunda-feira, janeiro 29, 2007

...Overdoses...

Porque precisamos de tudo isso;
quarto, sala, banheiro, cozinha,
escritório, escrivaninha, teto, piso, paredes,
carros, afalto, portas, portas, portas e muitas Janelas, ferraduras, gaiolas, jaulas, gás, gasolina...
Porque precisamos de roupas,
sapatos, botas, guarda-chuva, guarda-roupas, guardanapos...
Descalçar-se leva tempo,
mas se o tempo é igualmente uma convenção,
eu já o fiz ontem,
ontem eu andei pelas paredes,
eu comi com os pés,
eu desenhei com os pés,
andei asfalto, terra, mesa,
elevador, balanço, balança,
ônibus, portas, paredes,
teto, prédios, fontes,
abracei com os pés,
cozinhei, afaguei,
apresentei os dois na avenida;
descalcei, descansei,desconfigurei
descasquei, desprogramei,
desfiz e voltei...
Ah eu voltei outra!
...Com meus “Eus” salvos,
meus eus são agora incontroláveis!

...pequenas doses...

Minha história também é
a minha arte maior...

...pequenas doses...

...as hipóteses podem causar danos
no mundo real das coisas estabelecidas

...pequenas doses...

Eu o universo imenso Tu

...pequenas doses...

Sou de Caráter independente
e família dispersa



domingo, janeiro 28, 2007

...pequenas doses...

Dentro da casa parece um lugar seguro

para passar o resto dos meus dias...

e passar o resto na segurança

me trará

amor?

...pequenas doses...

Não chegue
muito perto
de perto
eu
acabo

...pequenas doses...

Nem sempre as coisas
genialmente pensadas
São genialmente escritas

...pequenas doses...

Eu me chamo pessoa.
Alguns me chamam Daniela
Para não saberem que Pessoa
eu sou

sábado, janeiro 27, 2007

...pequenas doses...


Eu percebi os golpes não o ferimento

...pequenas doses...

E o ter que ir...
todos continuam
E em tudo
sabemos que
sempre teremos que ir

...pequenas doses...

Em torno esse silêncio
e meu afeto continuava a se espalhar
pelo útero do mundo

...pequenas doses...

Essa sua existência livre
só poderia me fazer o bem...
mas em segredo eu tenho tudo
conservadoramente guardado

...pequenas doses...

Não sou esse tipo que
se consome quando as coisas não vão muito bem

...pequenas doses...

Ter único o imóvel desejo arremetido

cada vez que às idealizações desamparam

violentamente a dimensão mágica do que poderia ser


...pequenas doses...

travestida numa reação
ao vazio de identificações

...pequenas doses...


Agora era preciso verificar
Depois de muita procura
e com base em experiências passadas
e além da minha ausência de estado
em qualquer região o fenômeno do saber
encontra como elemento de desgaste
os pontos de contato mais íntimos
duas variáveis
ou deveria dizer
duas pessoas
reduzindo ao mínimo o máximo de um e outra

...pequenas doses...

Até aqui consideraremos a trajetória real
Eram verdades em essência no mundo
embora conservando as
raízes mergulhadas numa vida social

sexta-feira, janeiro 26, 2007

...pequenas doses...

Para não colidir é necessário ter
a mínima noção do próprio tamanho

...pequenas doses...

...O que eu tenho a dizer
ultrapassa o ato em si...

...pequenas doses...

Ela queria o impossível
por medo do possível




quinta-feira, janeiro 25, 2007

...Overdoses...

"...O porque de tudo isso...?
Tudo isso é apenas uma
das tantas portas que podemos abrir
ou não
Não temos o código,
tampouco sabemos o que vamos encontrar
quando tivermos a coragem para abri-las...
Sim eu penso em tudo isso e
as vezes sinto que pensar em tudo isso
é deixar de viver tanto tudo isso...
Parece muito acomodado de minha parte?
pode ser...
Mas a essa altura o que poderia
parecer um desejo inofensivo
se transformou numa bela poesia
digna de prêmio Nobel com o título:
"eu sei que te amo e saber disso
nessa circunstância me faz ser feliz"
Ao mesmo tempo tudo gira...
nosso próprio sistema viciado de crenças
e necessidades é aperfeiçoado
pela garantia do que achamos
ter uma vida estável,
temos escolhas...
sim...
muitas e
nosso pacote guardado entre as asas
ainda contém medos
Um pouco tarde para que?
para mudar e seguir um coração?
Quando um coração acelera em outra direção
não é necessário brecar o movimento
para ter firmeza na rota
se achar conveniente
estacione num lugar calmo e
verifique se o caminho tem
luminosidade suficiente para
seguir em frente nos tempos sombrios...
Para tudo é preciso ter amor,
e se construirmos esse barquinho
com o material que existia nessa ilha,
teremos a sapiência de mapear
as estrelas e aos poucos desbravarmos outros mares,
porém, tendo sob os pés o teto desse amor...
eu é outra coisa sim...
Mas tem várias de mim que adoram
muito a sua presença,
tem outras de mim que já sabem
que te amam e
tem outras que talvez por medo
se afastariam para não propagar dor
em nenhuma parte
de nenhum outro coração...
Eu me assusto um pouco
com tanto de tudo isso
e vejo que você também já tentou recuar,
mas o que faremos com tudo isso?
humm....
Tentar novamente almoçar e falar
sobre nossa conduta duvidosa
com essas pessoas que estão conosco
e que o melhor é cada um seguir
para sua própria toca-moradia e
continuar nossas vidinhas
em busca de não sei o quê?
Ai...
Também não tenho respostas de nada,
Nem sinto culpa de nada,
Nem mesmo querer nada que
não seja essa coragem de ir em
direção- rota- destino "porta"
e abri-la sem medo de morrer e
sem ganas de matar!
apenas ter coragem para
acolher o amor como ele se apresenta...
e eu assim mesma
e você todo assim mesmo e
nos dois do jeitinho de assim que somos feitos
de repente numa curva da vida
nos chocamos com a beleza
de duas potências que são fonte
nesse deserto de mundo

...pequenas doses...

...
Ao seu lado me entendo
do jeito que eu sou

...pequenas doses...


Só tenho medo
de negar esse amor
por amor

quarta-feira, janeiro 24, 2007

...pequenas doses...


Eu me defino
no meio do meu caos

...pequenas doses...

Nunca perca de vista os olhos

...Overdoses...


"Agente se espalhou pelo mundo"
...
Éramos de raiz
Grande
larga
arrebatadora
grupal
lúcida
E porque não?
Como vasos cheios detalhes
pelo lado de fora,
mas sem lastro pôr dentro.
Chegamos.
De uma geração para outra,
como possessões estimadas,
crescemos em fendas rochosas
de montanhas altas,
pendendo em precipícios
anpliamos conhecimentos
Estimamos o tempo...
A luta contra adversidades
raramente tirava a qualidade
vista de grande rebanho
que atravessa, cresce e desbrava
nos mais diversos
recintos e atmosferas
a vida
Uma genealogia
Milagre
O tronco aparece nodoso e trançado,
não é feito a mão,
sobrenatural essa estrutura,
ninguém falou nada,
todos suspiraram enquanto
o rebento de mais um nascia.
Até os que estavam em viagem,
ou aportados em cantos diferentes
sentiram a nova presença.
Sagrar.
Dignidade e um sentimento de bonança.
O tronco inclinava,
vistos varridos,
abençoados pelo vento,
suas belezas individuais são o coletivo,
plantados juntos,
simulando a graça de uma identidade colossal
Em essência a raiz deve ser conectada
É uma paisagem, essa...
A família,
quantos e quantos
em cantos vêm separadamente
pra cima da raiz?
Surgiram os primeiros
de caça e coleta, de fogo,
de pedra, de madeira, de ossos
cultivo da terra,
manutenção de manadas,
ocasionou um aumento rápido da população,
nos fascinamos?
As famílias,
várias brotaram, ao mesmo tempo,
diferentes ramos,
ocupando sem fôlego o ambiente,
destituindo o benzer,o doar o compartilhar
não tínhamos uma única origem?
Divisão do trabalho,
as máquinas,
a morfina pra dor,
a pólvora entra diretamente nas carnes
tecer as primeiras moradias...
sustentar um circo de horrores
erguer monumentos
necessitar de leis
os heróis brotam aos montes
as tragédias sempre os cercam
E o fogo por atrito?

Só o de dentro...
com coragem ele acende
Deu-se o início dos metais
Corremos nos amontoando
Aparecimento das cidades,
invenção da roda,
invenção da escrita ,
chega de invenções eu nem conheci a raiz.
Evolução
Períodos
Abstração e racionalização
E a vida coletiva?
Sou eu... o quê?
Raíz exposta
Chegando à civilização
...
Desembarquem na porta da esquerda,
pedimos a gentileza de SOMENTE à esquerda...
Individuais em mesmo teto
Abandonamos o chão
sem conhecer o órgão de vôo

...Overdoses...


Sigo...

Vamos aos poucos

a verdade requer um tanto de prática

aos poucos muitos são integrados

a natureza desse ser só precisa doar-se

para que outros vibrem

Saber é um passo largo e eu assim tão diminuta

Vejo o tamanho do que caracterizo realidade

e ver também me causa espanto

Porque não é um sentido usual

Como explicar?

alguns se atrevem

eleboram metodicamente tratados

para comprovar um ponto de vista

explicar, ao meu ver, é uma prática de morte

nada nem ninguém resiste ao viciado

desfecho que a história acentua com um ponto final

Eu pergunto...

é o que eu posso fazer ...

Tudo singra porque insisto que

talvez a busca esteja um pouco mais lá...

confortável é não estar aqui

resmungo e continuo intratável

Sou uma ignorante de mim mesma...

as vezes não sou de sorrisos

e o que se apresenta fora do padrão

fora de esquemas

normas, regras,ordem, direção e origem,

vive a margem

Não gosto de pensar que tudo tem dois lados

porque me sinto uma moeda

Tudo tem tudo

em tudo

para tudo o que pode haver de ser esse tal

tudo...

quinta-feira, janeiro 18, 2007

...Overdoses...


A luz ultrapassou o que era intransponível...

Não foi através de mim que se deu tal feito,

por mim eu ainda tatearia

uma melhor oportunidade,

continuaria a fazer de conta,

levaria até o extremo do insuportável,

enfim...

é isso que esse eu faria

como de costume ,além de mim,

todo o resto sofrer,

apenas pelo viciado gosto adquirido...

reações de um escravo

que não sabe o que fazer

com a alforria...

Defendo-me tecendo incansavelmente

um nó atrás de outro,

nó que sobrepõe um nó antigo

e que se alia ao nó novinho em folha

que por sua vez se integra

facilmente a outro nó qualquer

e aponta novas formas para

se firmar essa corrente

e que vendo assim de longe

parece que o tecido-eu

não tem imperfeiçoes...

espero,

desperto regressando,

parece que esqueci alguma

coisa que parecia...

era importante...

...sim...

O prumo da vida desalinha-se

Não é o plano que está errado

as inclinaçoes ocorrem sem

o meu controle

Eu não recuso

Aprendo

experimentando

viver-me

sexta-feira, janeiro 12, 2007

...pequenas doses...


Tanto assim é
poderia ser mais...
sempre poderás
e se fazemos disso um grande ruído...
e se a verdade é que necessitamos apenas ...
compartilhar os mesmos ares
é o que eu tenho para te dar
simples
se faz o meu amor
revirar antigas feridas ficam
cada vez mais sem o sentido
que costumava dar...
o que fica?
fica eu
leve respirando no contra vento o fundo
colorido de uma grande
certeza de sermos novamente um...

terça-feira, janeiro 09, 2007

...Overdoses...


O que acontece?

Começaremos essa história de maneira

nada comprometedora,

sem identificações, sem fatos verídicos,

sem nomes para possíveis investigações...

Tudo será dito dentro do possível

nessa noite fria

Assim...

entre uma bebida e outra

entre os dedos que esmagam um

cigarro já apagado e cansado

eu contarei a fábula de

uma maneira bastante

prosaica,

Falarei abertamente

Agora...

Nem pense em ordenar metodicamente

esse pensamento

ele foi criado para não ter fins específicos

nem explicaçoes emocionais

tampouco racionais saídas

imagine o estado

um pensamento que vaga sozinho

e não deseja buscar respostas.

Ponto.

dois seres

a lenda começa assim:

Existiu

um homem

existe

uma mulher

existiu

um tempo

uma realidade

existiu dentro da vida um espaço

para que esse encontro acontecesse

claro

ambos se desconcertaram

Como a vida a essa altura...

Nossa que faremos se...

Temos que tomar...

Nossa consciência nos diz que...

Escrevo e as vezes você...

espera, toma pelo menos um...

você pode voltar a hora...

e quando nos encont...

Da próxima vez que nos vermos...

decididamente assim é ...

Vou sentir tanto...

mas se você tiver que...

nem pense duas vezes...

porque...

você é livre...

escute seu coraçao ele é...

eu quero...

ser livre implica ...

e a liberdade se faz sempre para os outros...

agora eu necessito...

e eu tenho afazeres...

para poder...

sabe?

Existia, existiu e existe

um desejo

Que ultrapassa o panorama ordinário

dos quereres costumeiros

esses que encontramos assim que

temos necessidades de sermos amados.

E ele arquitetava fórmulas para nao sentir dor

pensava em como fazer para...

Ela...

pensava e pensava

era o que podia fazer longe dele

tomar uma decisão

Mas o que se entende afinal?

necessário seria viver apenas

sem mais

apenas isso assim

do tamanho que é.

mas...

e seria ali mesmo

Sentada em um bar

clandestina numa cidade estrangeira

ao que tudo indica ouvia de fundo

um bolero antigo que repetia

"maldito corazon"

que inspirava um cigarro que já

se apagava com as altas horas

e bebia secamente um vinho

de qualidade duvidosa

e tentava debilmente se livrar de um

cachorro que insistia em lhe dar

o amor que tanto buscava

longe

longe dali

que já com os olhos vermelhos

de tanto sentir

se confundir

dentro do peito

que pegaria um guardanapo,

que jamais enviaria para ele,

e escreveria assim:

Quem consegue guardar

um coração em segredo?

Faz de conta que era uma vez mais

e só bastaria uma vez

para desvendar

eu do tu

e continua...

segunda-feira, janeiro 08, 2007

...Overdoses...

Um dia em que entreguei muitas lágrimas
para limpar pequenas manchas...
O dia seguiu-se apesar das minhas tristezas...
e quando andei na rua, ninguém pareceu notar...
O clima estava seco
entre engasgos e ruidos eu permanecia
em pé e aparentemente
sempre adiante...
Nem sei quanto tempo continuarei adiante
mas até agora continuo seguindo
Mas...
Se eu parar ...o que vai sobrar de mim?
Tudo gira incessantemente
As coisas me ultrapassam,
causam efeitos, me modificam
e eu atuo no mundo arrastando ainda meus mortos...
Me alimento deles em época de racionamento,
durmo com eles vez em quando,
faço festas,
comemoramos feriados e nao faltamos datas importantes...
como casamentos e funeráis
até mesmo saímos de férias juntos,
para aliviar os tempos difíceis!
...

sexta-feira, janeiro 05, 2007

...pequenas doses...


Por isso te dizia

"querer é uma forma dolorida de ter"

e só podemos entender isso

no ato que se faz a vida...

por agora te digo enquanto aprendo,

que qualquer jeito de compreender um amor

é deixando-o liberto de dúvidas...

e depois

mais

...

Mantenha-o sempre aberto

como o céu que nunca se fecha

...pequenas doses...


Ouça apenas uma voz de cada vez

que o caminho se fará brilhante...

...pequenas doses...


cuida de ti
assim eu serei bem cuidada...

...pequenas doses...

Um coração livre carrega
todo o universo...

quinta-feira, janeiro 04, 2007

...pequenas doses...

Procurei a tua imagem...
pela rua, casa,
vulto pelo chão da sala,
no meu corpo dormente sem respiro,
procurei teu gosto em outros,
em épocas de mornidão.
Procurei nas falas o teu querer...
Éramos luminosos de nós...
Não?
Não sei mais daquele jeito,
eu já não sei mais daquele jeito,
desaprendi a violência das sensações
a truculência da própria realidade,
reorganizei o corpo empanturrado de imagens,
o coração esfolado contra o fundo colorido,
entro nas coisas,
choro escuro e inaudível,
choro de mim por nós,
entro novamente nas coisas,
desejo, corpo, lembrança,
família, venezianas,
escolhas,
e em tudo nada me detém,
em tudo nada me agiganta.
Sufoco no silêncio,
apertada e espremida pelo espaço,
não entendo as dimensões do vazio,
ainda não entendo de rupturas,
de fragmentos, de desgastes, um deixar de ser,
ainda não entendo o quanto é real...
E te vejo, canto de olho, um querer de volta,
um leve querer, de delicados espasmos,
de pés nos meus, e braços, pernas, a boca, olhares,
de leve o suspiro lento descompassado,
eu te olhava fixo e fundo,
espaço em branco,
falta, Ausência. Não permitimos passagem...
Isolei as entranhas com palavras e desfiz o vir a ser...
Não toleramos o acaso,
ainda vivemos precisamente,
ainda vivemos quase...
E nos dissipamos a dois.
Cúmplices na solidão.
Procuro abrigo em sigilo,
em dias de morno viver,
procuro o tamanho da voz dentro do peito,
o caminhar displicente,
o desvio do desejar,
o toque desatento,
meios-corpos,
a fusão dos corpos,
delírio de quem estranha,
um carrossel acariciando o próprio corpo...
nada adiante
ainda me encontro
tua...