sexta-feira, janeiro 20, 2006


Retrato a lápis

Fechado num quartinho
passou os desencantos...
Deu uma prova convincente de que ainda estava sóbrio para viver entre outros.
Apenas sobreviveu quando os dias medonhos chegaram
Para que ninguém perturbasse as suas experiências
Sobreviveu
Era essa a sua maneira de insurgir
Mas a debandada maior foi à descoberta de que estaria eternamente só.
Isso jamais teria cura nem afago que chegasse.
Estaria só e pronto.
Verdade?
Não, nem tudo.
Dificuldade de ser isso.
Os outros e os nós ficaram mais apertados
Curvando recuo...
agora sou eu?
Não, não assumo conseqüências.
Prefiro os berros os safanões as vezes de cara amarrada prefiro ser urbano medonho cheio de cacos e folhas e faces distorcidas e sinto fome e morro de desejo tarde da noite por quem eu nem sei.
Nem mesmo percebo se os dias de agora são tão diferentes dos que eu já vivi.
Uma...
a minha cabeça está a prêmio.
Que luta essa que eu já venci e vencido me desfaço?
Para quem ou pelo o quê devo apelar?
Repenso e te adoro e você já não é você e continuo querendo adorar o que eu não tenho capacidade de ser.
Envolva-me lenta e decididamente, enlaça teus braços entorno dessa minha destemperança, eu degelo fácil sem muita demanda, prometo ser objetivo, há tempos que eu quero dizer isso: Não quero falar, ser sociável, olhar olho no olho com ares de quem pensa alguma coisa, do que eu faço quando não estou fazendo nada muito concreto do meu tempo, eu só quero o que me toca, só.
É só meu amor.
Só assim...
mas eu quero partir para a efetivação
Quero a carne o osso
Faço das tripas o coração
Enredo sem desfecho
Quero ser a ferida
Descartar, embaralhar
ser incurável
Jogar o jogo que nunca se quer jogar, mas se joga e não é justo.
Quero ter experiências e isso é o fundo inadequado de todos os mitos
quero ir ...
Dar de mim
Dedicar inspirado algo que tenha verdade
Sair e voltar e ficar e partir com quantos calos forem necessários para se ter isso: Vida.

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