terça-feira, janeiro 10, 2006


Será simples e sem complicação.
Era essa a frase.
Mas como? Como poderia dizer...Pensei que a pergunta correta a ser feita seria: Quando?
Quando poderia dizer? Na velhice eu tentaria o simples...
Arrisquei: Eu sou simples, tu és simples, mas ele não é simples, nós nunca fomos simples...Parece que tudo no mundo, tudo, tudo, tudo... Tudo o que arquitetamos não tem profundeza.Não para quem não agüenta o impacto de sentir no corpo o veneno das metrópoles.É estou amargando por aí, já há algum tempo... Acabei de assumir minha clandestinidade.
E lembrei de um momento...Quando eu parei de conter, quando eu parei de procurar, quando eu parei de querer, quando eu parei.
Parado ali...Ali mesmo, no tempo, e o tempo parou comigo, o tempo não prosseguiu, o tempo era meu aliado.Eu tinha um tempo só meu... Enquanto as pessoas viviam aquele outro tempo, eu simplesmente entendi o meu próprio ritmo no tempo...Isso me calou e comoveu. Pude por um longo período me encantar com a idéia...Eu teria que mudar-relaxar na vida, principalmente uma coisa: Eu não teria que me adaptar a nada e a ninguém... Não sentiria solidão, porque estaria completo, seria um dentro do próprio tempo.
Mas o ser bucólico que me condena a margem se pôs a falar...E se eu não te amar?
Retalhado
A beira da cidade
Introspectivo
Esperando respostas
Colapsado
Foge de medo
Eu quis
Eu
Ser amado
Eu queria ser
Eu
e Eu não estão se dando muito bem.
Procuro o que?
Fui afundado
Não pude ir além
Tremi até os ossos
Vi o tamanho do corpo fora do corpo
Vaguei um bom tempo não sendo
Eu sendo outro
Perdi os contornos os sentidos a profundidade
Procurei meus aliados
Mas estava completamente só
Mas estava completamente só
Estava assim
Não-definido
Sem comando
E disse com a voz
Tudo bem
Estava vivo porque respirava
Mas não me comportava como se estivesse dentro do corpo
Não me comportava
Deslizei os olhos na boca a boca na testa a testa nos cabelos
Os cabelos escureceram meu peito
Do meu íntimo um leque entrava e saia
Fatiando a minha carcaça me mostrando órgãos
Eu procurava a língua os dentes
As texturas
Superfícies de apoio
Qualquer concreto
O teto não segura a noite lá fora
O teto se evapora junto com pessoas
Eu não evaporo
Eu embaralho
Enquanto não penso posso voar
Vejo de longe os emaranhados da vida
Da minha vida
Mudarei
Mudarei agora antes antes de desistir
Mas o vento sopra...
Eu ainda débil permaneço em suspensão...tempo
E descubro que não estou sendo
E te deixo ir embora assim... Deixo-te ir seja lá quem estiver te deixo
Não quero fazer parte dos que procuram eternamente
Eu posso aportar?

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